Toledo expôs suas perspectivas sobre os modos de fazer e pensar o teatro. Como crítico, dramaturgo e ator, disse que entende o crítico, o ator e o dramaturgo como sujeitos. Em seu fazer crítico, disse, isso aparece frequentemente no uso da terceira pessoa do plural: nós. “Como parte desses povos, meus lugares de subalternidade são os que me potencializam muito mais”.
Referenciando Boaventura Santos, Toledo mencionou os termos “regresso do colonizado”, “sociologia das ausências” e “sociologia das emergências” para falar do surgimento de perspectivas de novos atores sociais e novas epistemologias, de sujeitos historicamente silenciados, contribuindo para a complexidade mais condizente com a realidade. “Substituir uma universalidade eurocêntrica abstrata por algo que se costuma chamar de plurivocidade. Outras vozes comecem a se manifestar e a ser ouvidas”.
Ao início de sua fala, Joyce Athiê retomou falas de artistas e pesquisadores em torno das interfaces entre teatro e performance e colocou uma série de perguntas a respeito a respeito dos discursos que emitimos quando produzimos as obras que produzimos. Com que estabelecemos diálogo? Como abranger um público mais amplo e não falar apenas com um público “iniciado” ou o público que são nossos pares. “Criar faísca e perfurar quem? Com quem a gente já dialoga?”, provocou. Joyce mencionou o livro “Como conversar com um facista”, de Márcia Tiburi, relembrando a dificuldade que é atingir pessoas que não pensam como nós. “Estamos levando nossos discursos para nossos modos de fazer?”
As perguntas de Joyce e as pontuações colocadas por Toledo suscitaram uma conversa bem dinâmica, entusiasmada e instigante na galeria.
Fotos: Luiza Palhares
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