quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Provocação, com Marco Paulo Rolla

Marco Paulo Rolla chegou ao ateliê de performance pouco antes da sua atividade. Modificou as plantas de lugar e, provocativo e debochado como ele é, disse que desde o momento em que havia chegado sua provocação já havia começado. Ao mesmo tempo, ao sentar para conversar com os presentes disse que o que havia pensado como proposta era numa presença que se chamaria “Desmontagem” e que não estaria ali fazendo performances, apesar de, por outro lado, também não estar vestido com roupas que normalmente usa no cotidiano.

Marco conversou muito sobre seus processos criativos em performance, em especial, a partir de seu encontro com um acordeom, apresentado por ele pelo nome “Capri”, no feminino: a Capri.

Encontrado num canto de ateliê de uma artista amiga, Marco decidiu cuidar do objeto – tirar o mofo, renovar as alças, afinar – e retomar seu contato com a música, que vem desde a infância.

O contato com o acordeom se fez presente em performances recentes do artista, em especial, a “Preenchendo o espaço”, em que apresentou na exposição Terra Comunal da artista Marina Abramovic, no Sesc Pompéia, em São Paulo; performada posteriormente em Belo Horizonte, em 2015, no BDMG.

A conversa proporcionada pelo artista na galeria foi bastante fluida, intercalada por músicas que ele tocava com o instrumento. Entre uma música e outra, Marco conversava sobre erro, fracasso, abertura e sobre correr riscos. Ir aberto para um convite aberto e desmontar – as figuras do performer, a performance, o lugar do provocador, o lugar de quem deve tocar bem uma música, a postura de quem estaria ali para ensinar ou compartilhar verdades – foi um elemento que trouxe logo no início da fala e reapareceu em outros momentos. A atividade de desconstruir o que estava sendo formado também se mostrou uma constante.










Fotos: Luiza Palhares

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