Thembi Rosa abriu a semana com ativação corporal: uma delicia de despertar corporal, meditativo, expansivo e ao mesmo, testando a capacidade de contenção. Thembi compartilhou dois trabalhos que desenvolve com outros coletivos de artista: o Parquear e o Cada começo é só uma continuação.
Também na terça após o almoço, conversamos sobre previsões numerológicas, chinesas e zodíacas para este ano que acabava de se anunciar. Da conversa, surgiu a ideia da prática da kundalini yoga na Galeria de Arte GTO, abrindo uma brecha em meio a uma programação já bem intensa e instigante.
Fechando o dia, tivemos a presença poeticamente suave e criadora/perturbadora de Julia Panadés e Graziela Andrade, em suas conversas ensaístas. Nos convidando a bordar, tecer e intervir no espaço, Julia e Graziela falaram também sobre criação, correr riscos e se abrir para o inesperado e o desconhecido.
Marcelino Peixoto acrescentou uma camada de sutileza contemplativa e de ruptura pela repetição. Um diálogo pontuado por exemplos dos trabalhos do Xepa e também por uma aproximação mais generosa e atenciosa com a materialidade dos objetos escolhidos como artísticos. Um balde, um tijolo, um defumador, uma lata, panos de chão ou de prato, ferros de passar a brasa.
O \disseminário com Thereza nos mostrou a potência da arte como despertador da percepção sensível, na medida em que a artista apresentou trabalhos que o Instituto Undió vem realizando na cidade desde 1982.
Na terceira semana também o ateliê ganhou a presença de Clarice Panadés, como assistente de produção. Também foram nesses últimos dias que conquistamos (finalmente) a tão desejada faixa de grana na entrada da galeria. Se fechamos a segunda semana com mais mudanças no projeto expográfico, na terceira percebemos que as mudanças são constantes e que o espaço pode sempre se adaptar aos seus usos. A nova mudança foi feita pela fotógrafa Luiza Palhares e pela artista visual Clarice G. Lacerda, que instalaram um painel de fotos num dos espaço de entrada da galeria, como acesso aos registros e à memória do que vem acontecendo.
A semana fechou com sarau poético com a participação inclusive da mãe de Zaika dos Santos, que nos presentou com o canto de dois blues e algumas histórias. Entre histórias e poesias, até uma receita de pudim de chuchu foi compartilhada entre os presentes, compartilhada pela visitante Fátima.
Muito fluxo criativo tem passado pelo ateliê e sabemos que estamos ainda no começo. Semana 3 de 7. Muita coisa ainda está por vir. Mas já nos sentimos extasiados com as possibilidades de encontros, conversas e trocas. Benedikt e Joseane Jorge, por exemplo, passaram um dia pela galeria para bater papo. (Por favor, façam mais vezes.) Como quem visita um amigo. E ateliê não é pra isso? Pra receber visita e compartilhar processos e viver junto arte/vida? Brígida Campbell também passou pela galeria ateliê aberto numa visita no estilo de quem “estava aqui perto e resolvi bater”. No caso, resolveu entrar. Porque aqui é “entre sem bater”.
Fotos: Luiza Palhares
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