Sábado de \mostra perfura desta quinta semana foi um dia
instigante, de beleza plástica e de diversão.
Olivia Viana abriu a programação do dia com seu “Cuidado com
os espinhos”. Uma performance que segue a linha de seus trabalhos em torno do
humano e da animalidade. Olivia me contou que em torno do fim e do início do
ano teve um ou dois encontros furtuitos e repentinos com um porco-espinho. Na
elaboração da performance, trabalhou com muitas camadas de tecido em diferentes
texturas, investigando movimentos com braços e mãos, coceiras e peles. Pequis
também estavam dispostos da galeria e disponíveis para consumo.
No período da tarde, Janaína Tábula apresentou “Entre a
Vigília e o Sono”. Um trabalho de uma simplicidade poética muito inspiradora e
instigante. Mergulhada numa banheira de líquido espesso branco, a imagem que
Janaína formou com seu corpo remetia a situações de velório, a um corpo santo
coberto por um manto ou um corpo numa mortalha. Ao mesmo tempo, um corpo branco num espaço branco (paredes,
pilastras e chão) tendia a um apagamento.
Ao final do dia, o Coletivo Indigestão trouxe um
bailinho/karaokê para dentro da galeria com a festa “Noite dos Vexames
Amorosos. Baile da Maria Cebola”. Além de contar uma música no karaokê, os
microfones estavam abertos para receber histórias de fracassos amorosos,
momentos de trouxice e vexames afetivos. Enquanto a vergonha alheia sedia
constantemente ao riso nervoso e a xxx, os artistas do Coletivo – Noemi
Assunção, Rafael Perpétuo e Clarice Steinmüller – picavam cebolas – dezenas e
dezenas delas, até que o ambiente todo cheirava a cebola e muitos de nós sentia
os olhos arder – estando ou não perto dos artistas e suas facas.
"Cuidado com os espinhos", de Olívia Vianna
"Entre a Vigília e o Sono", de Janaína Tábula
"Noite dos Vexames Amorosos. Baile da Maria Cebola", de Coletivo Indigestão
Fotos: Luiza Palhares
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