segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Provocação _Coletivo Xepa

Marcelino Peixoto, do Coletivo Xepa, foi o artista provocador desta terceira semana de \perfura.

Ele começou sua fala na quarta, dia 4.01, referenciando o uso de objetos como materiais de performances e trabalhou com a relação entre desenho, objetos e performance – tanto a partir de ações históricas da performance, como Yoko Ono, Joseph Beuys e Marina Abramovic, quanto a partir de diversos trabalhos do Coletivo Xepa. A relação do desenho com a performance vem desde o projetar/desenhar a ação e traçar imagens do trabalho quanto desenhar os objetos que fizeram parte da performance. No caso de Yoko, Beuys e Abramovic, Marcelino destacou o uso recorrente de certos objetos como tesoura, chapéu, terno e cajado e facas – respectivamente. Quanto aos objetos comuns frequentemente utilizados pelo Xepa, há tijolos, baldes, latões, ferro de passar e pano de chão.

A conversa de Marcelino com o público foi generosa, compassiva e contemplativa. Aos poucos, trazia os objetos para o centro da conversa e no projetor mostrava os trabalhos de performance na rua do Xepa, compartilhando um pouco sobre o processo de criação e a experiência de realizá-los.

As ações de intervenção urbana do Xepa têm uma característica de repetição e obstinação, de manter em curso uma ação até seu desmoronamento ou esvaziamento, como é o caso da ação de construir um muro ou uma coluna de tijolos até que, pelo próprio desequilíbrio, desabem. Num outro trabalho, ele e Viviane Gandra enxugam, com pequenos panos de chão grandes pedras de gelo, o que levava em média 8 horas para derreter. A ação consistia em enxugar o gelo e torcer o pano num balde até que enchesse, esvaziar o balde e recomeçar.

Marcelino também convidou os presentes a realizarem uma ação na rua Rio de Janeiro, portanto os "objetos Xepa". Em seguida, numa conversa aberta, abordou a experiência de cada um sobre a ação na rua e comentou sobre a relação entre arte e público em espaço não preparados.








Foto: Luiza Palhares

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