domingo, 15 de janeiro de 2017

Mostra perfura, 14.01

O Coletivo Vespa abriu a \mostra perfura da quarta semana com ação que transformou todo o espaço da galeria. Uma ação que começou convidando transeuntes a entrarem na galeria e assistirem à performances. Os passantes receberiam R$ 10 caso aceitassem e deveriam preencher formulários muito longos. A ação continuou na galeria num clima de institucional genérico, com  uma série de objetos quebrados e restos de móveis ao centro do espaço composto de lonas pretas. Com música ao vivo, Gilmara Oliveira, Karo Botura e Pa Ma quebraram e destruíram os objetos, pintando-os com tinta roxa.

A tarde, Sara Não Tem Nome apresentou videoperformances e um painel eletrônico com frases do seu livro “Eu Robô” (2015). O livro foi desenvolvido a partir de um aplicativo no Facebook que gerava frases aleatórias a partir da combinação de posts antigos. O livro evidencia questões como autoria e algoritmo e traz uma faceta de poesia dadaísta nonsense. “O vídeo que apresentei é como se fosse uma interpretação desse livro. Tem algo de Nouvelle Vague, já que eu mesma apareço em cena interpretando vários personagens e em situações às vezes absurdas”, explica a artista.

A noite, Inácio Mariani trouxe um trabalho em que a voz, a presença e a tecnologia eram o ponto central de experiência e debate. O artista enviou uma caixa de som com pendrive por correio. A caixa de som era acompanhada de um manual de instruções para a execução da obra. Nos acomodamos no lounge da galeria, próximo à entrada e à grama. No centro, um banco alto de madeira, sob o qual foi colocado a caixa de som. A voz gravada do artista falava sobre presença, materialidade e o fluxo passageiro do tempo.

Confira um trecho da ação:

"Aqui estamos, nessa forma atual,
Compenetrados, atentos, juntos, a uma distância um do outro talvez antes nunca vivida,
A dois passos de um estranho, um futuro conhecido ou não, a um braço de um futuro caso ou não,
Vivendo uma amizade que talvez não dure esse ano, um romance maior do que você imagina,
Um caso que pode se tornar casamento,
Sentindo o cheiro característico da pessoa ao lado."





































Fotos: Luiza Palhares

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